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Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul

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Fabiana da Cunha Barth: “Insubstituível”

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Fabiana da Cunha Barth, Procuradora do Estado e Diretora-Presidente da ESAPERGS
Artigo publicado em Zero Hora em 03/06/2023

A cada segundo, recebemos um bombardeio de informações e temos capacidade limitada de processá-las, armazená-las e, ainda, de selecionar as mais relevantes. Explico: até notícias da vizinhança têm sua eventual relevância, pois podem, por exemplo, nos preparar para atender compromissos antes que seja o horário da falta de abastecimento de água.

Poderíamos seguir ressaltando a importância de organizar as informações diárias que recebemos em diversos campos – profissional, pessoal, social – para vivermos sem grandes sobressaltos. Além deste excesso de dados de toda ordem a processar no dia a dia, a vida contemporânea exige atualização em tempo real, sob pena de nos tornarmos obsoletos. E ainda há a necessidade de constante update acessando as redes sociais, com recursos que nos oferecem outras notícias das mais variadas áreas a partir das “pegadas” digitais que deixamos.

Vivemos cada vez mais com a agenda e com a cabeça cheias e, muitas vezes, de compromissos e de informações que não implicam qualquer crescimento pessoal, profissional e, muito menos, coletivo. Assim, embora o notável desenvolvimento científico e tecnológico, aumentam de forma alarmante as taxas de suicídio, a automutilação e os problemas psicológicos, em especial entre os jovens.

É nesse contexto que surge o grande debate da substituição da inteligência humana pela artificial que tem apavorado tantas comunidades, sendo fundamental a compreensão de que a IA jamais substituirá a humana se enfrentarmos essa “batalha” com balizadores necessariamente éticos. A sociedade digital é uma realidade, e a IA veio para nos auxiliar a lidar com um número exponencial de dados que crescem vertiginosamente. Entretanto, são nossas virtudes humanas, nossos compromissos éticos e nossa capacidade de universalizarmos e aplicarmos tais compromissos em todos os espaços, inclusive no uso da IA, que nos permitirá seguirmos sendo insuperáveis como humanidade.

Cada vez mais, deve reverberar em nossas mentes e ações que a insubstituível é, e sempre será, a “cabeça bem-feita” e não a “cabeça cheia”, pedindo licença para usar a expressão do grande filósofo Edgar Morin.